Leitura e escrita são as duas faces da linguagem escrita: estão relacionadas e reforçam-se mutuamente quando trabalhadas de forma articulada. Escrever sobre textos lidos melhora a compreensão e desenvolve a capacidade de escrita.
É intuitiva a ideia de que a leitura e a escrita estão intimamente relacionadas e se reforçam mutuamente. Afinal, elas são as duas faces da linguagem escrita: a leitura, a face recetiva; a escrita, a face expressiva. Leitura e a escrita partilham conhecimentos e processos cognitivos.
É importante que, desde o início da escolarização, as crianças tenham prática de leitura e escrita em momentos da aula e que estas possam ser combinadas.
É necessário dar mais tempo à escrita no contexto escolar, pois felizmente a importância da leitura tem sido bastante ressaltada, mas menos a da escrita.
No que diz respeito concretamente ao ensino da escrita, a investigação tem demonstrado que é vantajoso dividir a complexidade da escrita nos seus múltiplos constituintes e treinar cada um deles de forma específica. Desde logo, para melhorar a competência isoladamente, mas também para melhorar a escrita de textos, garantindo necessariamente condições de generalização. Faz, por isso, sentido que planeamento, textualização e revisão sejam promovidos em atividades próprias, mas não desligadas do contexto de escrita de textos.
Boas competências de planeamento, textualização e revisão do escritor contribuem para a escrita de bons textos. A dificuldade, nas crianças, parece estar em tomar consciência deles, desenvolvê-los, intencionar o seu uso e, sobretudo, em utilizá-los antes, durante e após a escrita do texto.
(adapt. de Alves, R., A relação de influência recíproca entre leitura e escrita)
Este vídeo apresenta algumas estratégias que podem ser usadas com os alunos com o objetivo de ensinar explicitamente todas as fases pelas quais deve passar o processo de escrita de um texto narrativo. Sem este ensino explícito, muitos alunos não atingirão níveis aceitáveis na escrita de um texto.
Publicação: 04.abril.2022
O progresso na aprendizagem da leitura consiste na passagem de uma leitura lenta, que exige esforço e atenção, para um processo progressivamente mais fluente que permite a compreensão do que se lê. Por isso, nos primeiros anos de escolaridade, quando a leitura ainda não está automatizada, é útil separar o exercício de decodificação, do trabalho de análise e de interpretação do texto.
No desenvolvimento da literacia, leitura e escrita podem manter entre si várias relações sinergéticas. Ensinar uma favorece a outra e ensinar as duas favorece ambas. Os currículos escolares devem, de um modo coerente, integrado e equilibrado, contemplar o ensino da leitura e da escrita.
Parece haver vantagens em tornar o processo de escrita mais consciente, intencional e autorregulado pelos alunos. Que processos cognitivos estão implicados na escrita? Como podem ser trabalhados na sala de aula? Apresentamos um modelo de ensino da escrita que se tem mostrado muito eficaz e que prevê procedimentos de autorregulação e estratégias de escrita.