O progresso na aprendizagem da leitura consiste na passagem de uma leitura lenta, que exige esforço e atenção, para um processo progressivamente mais fluente que permite a compreensão do que se lê. Por isso, nos primeiros anos de escolaridade, quando a leitura ainda não está automatizada, é útil separar o exercício de decodificação, do trabalho de análise e de interpretação do texto.
Há vários fatores que influenciam a compreensão da leitura:
- o conhecimento prévio acerca do mundo - crianças que dispõem de mais conhecimentos relacionam-nos mais facilmente com as informações explícitas que encontram durante a leitura e desenvolvem melhor a capacidade para realizar inferências, uma das caraterísticas diferenciadoras dos bons leitores;
- a capacidade de decodificação e fluência de leitura – a leitura deve ser exercitada antes dos exercícios de compreensão, em silêncio e em voz alta, podendo o professor incentivar ou corrigir, se necessário;
- o conhecimento lexical ou num sentido mais restrito, do vocabulário - identificar e trabalhar o significado das palavras desconhecidas, por vezes pouco frequentes na linguagem oral, facilita a apropriação do conteúdo do texto pelos alunos;
Por sua vez, os exercícios de compreensão da leitura devem contemplar todos os níveis de compreensão:
Já os organizadores gráficos (apresentações visuais, mapas ou diagramas) são úteis para organizar a informação, para demonstrar a relação entre um conjunto de ideias e integrá-las com o conhecimento prévio. Deste modo, podem ajudar a desenvolver inferências, facilitando a compreensão e a apreensão do sentido global do texto.
Este vídeo apresenta algumas estratégias que podem ser usadas com os alunos com o objetivo de ensinar explicitamente a compreender. Sem este ensino explícito, muitos alunos não atingirão níveis aceitáveis de compreensão do que leem.
Publicação: 16.março.2022
Existe consenso generalizado acerca da natureza complexa da compreensão da leitura. Sabemos que é influenciada pelas capacidades linguísticas e cognitivas do leitor e pelos processos que mobiliza enquanto lê. Mas é também condicionada pelas características do material a ler – conteúdo, género e tipo de texto – e por outros fatores contextuais, como, por exemplo, as condições físicas em que a leitura decorre.