Aprender a ler e a escrever implica a apropriação do princípio alfabético, isto é, de que os grafemas representam os sons da fala, os fonemas. As relações entre grafemas e fonemas podem ser de vários tipos e têm de ser aprendidas de forma gradual.
As correspondências entre grafemas e fonemas podem ser de vários tipos: de um-para-um, de um-para-muitos, dependendo de regras contextuais, ou irregulares.
O pleno domínio das regularidades da ortografia implica necessariamente treino e prática. É o exercício da leitura que irá consolidar esse conhecimento e tornar a leitura fluente para possibilitar a compreensão do que se lê. A aprendizagem das irregularidades exige um treino e prática ainda mais consistentes porque a sua aprendizagem depende essencialmente da memorização das correspondências em casos particulares.
Para ensinar a ler é importante ter em consideração os diferentes tipos de correspondências e introduzi-los de forma gradual: dos mais simples e consistentes aos que apresentam correspondências múltiplas ou irregulares.
Neste conjunto de vídeos aborda-se a relação entre os fonemas e os grafemas e a importância da distinção entre o nome da letra e o som que ela representa para a aprendizagem das correspondências.
Referência bibliográfica
- Gomes, I., & Castro, S. L. (2021). Inventário das correspondências entre grafemas e fonemas do Português Europeu: Direção da leitura e da escrita. Laboratório de Fala da FPCE-UP / Grupo de Investigação em Neurocognição e Linguagem do Centro de Psicologia da Universidade do Porto.
Autoria: Inês Gomes e São Luís Castro
Publicação: 29.novembro.2021
O Porlex é uma base de dados lexical em formato Excel que permite procurar palavras com base em diferentes critérios, entre os quais ortográficos, fonológicos e morfológicos.
O português é uma escrita alfabética – quando escrevemos, as letras mostram a sequência dos fonemas nas palavras. Mas nem sempre há uma correspondência fixa, de um-para-um, entre letra e som/fonema. As irregularidades do código tornam a aprendizagem, tanto da leitura como da escrita, menos linear e mais difícil.
Os métodos fónicos assentam na ideia de que é necessário que as crianças entendam que existem relações consistentes entre grafemas e fonemas (leitura) e entre fonemas e grafemas (escrita). A maioria dos estudos que compararam métodos de ensino mostraram que os métodos fónicos sistemáticos conduziram a progressos mais sólidos na leitura/escrita do que o ensino não sistemático ou do que o que não se baseava nos princípios fónicos.