1. Promover o domínio da caligrafia, da escrita à mão
Providenciar tempo para escrever à mão é um elemento crucial para que a caligrafia possa ser dominada. Nos primeiros anos de escolaridade é importante prever e distribuir tempo diário para praticar a caligrafia. Quinze minutos de exercício diário é suficiente para melhorar consideravelmente a escrita à mão. O tempo de prática deve ser distribuído com as demais aprendizagens e incidir em diferentes níveis da linguagem escrita.
Os níveis evidentes a considerar na prática são: as letras, as palavras, as frases e os textos. Reconhecendo o carácter basilar das letras, é importante que os gestos motores mais eficientes para traçar as letras possam ser aprendidos e reproduzidos de memória. Devem usar-se letras modelo com setas que indiquem a direção dos traços, para aprender. Jogos com o alfabeto ajudam a consolidar na memória as representações das letras e dos sons da fala que elas representam. Jogos de cópia ou de geração de palavras e frases ajudam a que a caligrafia cursiva possa ser treinada e automatizada. Por fim, é também importante que a caligrafia possa ser exercitada no contexto da produção de textos, pois é aí que ela terá de ser equilibrada com outros processos cognitivos da escrita como o planeamento ou a revisão.
O envolvimento da criança na monitorização do seu próprio progresso é um componente importante no desenvolvimento da escrita à mão. Em semanas consecutivas, a criança pode registar em gráficos o número de letras ou palavras que consegue escrever num minuto. Com as práticas corretas, o progresso é garantido e essa constatação pela própria criança tem um efeito motivacional muito forte. E alicerça o estabelecimento de desafios mais exigentes.
2. Monitorizar o domínio da caligrafia, da escrita à mão
No início da aprendizagem da escrita à mão deve-se monitorizar o modo como a criança segura no lápis e a pressão que sobre ele exerce. Uma má pega no lápis e demasiada pressão tornam a escrita lenta e desconfortável. É também importante verificar se a sequência de gestos motores na caligrafia de cada letra e das palavras é a mais eficiente.
O domínio da caligrafia pode ser avaliado de forma relativamente simples e eficiente pelos professores. Basta para tal um cronómetro, uma indicação do material a escrever e metas do que possam ser bons desempenhos. Uma das tarefas mais simples para avaliar o domínio da caligrafia é aquela em que se pede à criança que escreva a sequência de letras do alfabeto, o mais rápido possível, mantendo a legibilidade, e o maior número de vezes durante um minuto.
É comum usar também a cópia rápida e repetida de uma frase ou de um segmento de texto durante um tempo fixo. Exemplo: copiar repetidamente, durante 90 segundos, a frase “O rouxinol azul fugiu do jardim porque chovia bastante”. Nestas tarefas a rapidez da escrita à mão é dada pelo número de letras ou palavras legíveis que a criança foi capaz de produzir no tempo considerado. Alguns estudos mostraram que a rapidez da caligrafia progride com a prática e é só nos adultos que tende a atingir os valores máximos. Atualmente, com o uso de canetas digitais, é muito simples a obtenção de medidas fidedignas de rapidez da escrita à mão.
Autoria: Rui Alves Edição: Andreia Lobo
Publicação: 22.setembro.2020